“Preciso me dar um tempo” é um poema honesto, impactante e sensivelmente atual. Ele traduz, com lucidez e dor, o retrato de um sujeito contemporâneo esgotado pelas exigências do mundo, que encontra no próprio colapso uma chance de lucidez: cuidar-se antes que seja tarde.
Preciso me dar um tempo
Leveza de um destino entrelaçado Em uma busca sem desfecho Ironia É só o que encontro.
Os desafios são sem fim No auge, procurei desistir Sem saber que não estava no auge Só estava cansado.
Ir sempre além Mesmo estando cansado É como gostaria de pensar Só que a realidade me diz que ando esgotado.
Cansado… Estou aflito por sentimentos que não sinto Ir além… É ir de encontro com a morte.
Preciso me afastar do mundo Das pessoas que sabem de tudo É vital focar nas coisas que se passam em minha mente E parar de ser intransigente comigo.
Com urgência, preciso me cuidar Antes que seja tarde demais E eu venha a sucumbir Me desfazendo em partículas pelo asfalto.
Ver você passando na minha rua, me sinto exausta, sem energia alguma, me sinto exausta.
Ver você passando só para me esnobar, me sinto exausta. Se você se atreve, nada posso fazer, porque me sinto sem forças para o teu ciúme.
Me sinto entediada quando vejo você passando na rua, com sol… na chuva… no frio… só me sinto exausta dos seus ciúmes.
Sua possessividade não é nada atraente. Sinto, de verdade, muita preguiça — preguiça de você… E não consigo amar alguém assim. Só sei que me sinto entediada quando vejo você desfilando por ciúmes.