Da solidão avassaladora à vitória
Gosto do cheiro da chuva.
Daí, me sinto acolhido,
Livre da solidão —
Solidão, não sozinho.
Que solidão é essa?
E o que devo fazer?
Da solidão, a tristeza
Do tempo que passa.
Ilusão e solidão,
Sozinho e triste.
Dia de chuva, sinto o cheiro da terra,
Cheiro da terra incrustada.
Luta-se diariamente.
O confronto é corpo a corpo.
Em cada luta, uma derrota.
Luta-se para, quem sabe, um dia vencer.
Luto porque luto.
Mesmo derrotado, continuo lutando.
Luto contra meu pior e mais letal inimigo:
Luto contra minha própria mente.
No dia em que a chuva cair
E os terreiros forem molhados,
Há de ser o sinal
De que a minha próxima luta eu vencerei.
Carlos de Campos
Foto por Jou00e3o Cabral em Pexels.com