Ouve o passado gritar Na antessala do desespero, No agitado mar da vida, Ouve…
É grito que, ao longe, posso ouvir. É vida desesperada. Quem mais pode ouvir? É preciso ter ouvido atento.
Desesperado, caminha sem rumo. É vida sendo tolhida, desesperado caminho.
E, na margem do rio, avisto as memórias fugazes correndo contra a correnteza, como peixes em época de piracema.
Ouço, no reflexo da minha imagem, barbaridades sem fim. Desanimado, deixo essa marca, a marca brutalizada de mim.
Sonhos, desejos que vêm e que vão… Vêm nas belas manhãs e se vão ao cair do dia. Só me resta ouvir essa sinfonia.
Nas águas desse rio vou mergulhar. No mais tardar da vida vou mergulhar. Ouvindo as águas baterem nas pedras, vou mergulhar. No auge do desespero, me permito relaxar.
Mostre que a verdade é certa e que os desafios, sejam eles quais forem, sempre podem ser superados. Deixe-se conduzir pela leveza, pois a leveza da vida é o caminho mais seguro para a realização dos seus sonhos e desejos. Abrace o caminho que o leve a enxergar, com mais clareza, as coisas boas da vida, até porque a vida não precisa ser só dureza.