Parasitas conscientes do seu fim
Somos a potência do desequilíbrio da natureza. Somos parasitas, a única e principal causa de toda destruição existente neste planeta. Quem mais tem o dom de chegar a um lugar e destruir em poucas horas? Quem mais produz toneladas de lixo ao ponto de não ter mais onde descartar? Quem mais paga de intelectual elevado, mas é incapaz de conter a si mesmo e continua a destruir e destruir em tempo recorde? Somos nós, seres humanos parasitas.
É com pesar que, olhando para o cenário atual, não consigo vislumbrar nada — nem mesmo uma fagulha de otimismo — de que o ser humano está minimamente convencido a parar e começar uma mudança de fato. Até o momento, tudo o que foi feito não provocou nenhuma transformação. Continuamos convictos e muito determinados a dar prosseguimento à destruição do meio ambiente em que vivemos e convivemos. Nós fracassamos e, no fracasso, assumimos o nosso lugar de parasitas.
Nada é capaz de conter o ser humano e sua alucinação de poder e domínio. Poder e domínio que são buscados por meio da destruição do planeta. Não existe consequência trágica que o faça parar. O ser humano é imediatista, e toda a sua estrutura de sobrevivência se consolidou nessa dinâmica. Parar pra quê? Vê a natureza como vê o seu semelhante: um serviçal qualquer, que tem a obrigação de gerar recursos para sua sobrevivência. E, como já disse, não há final mais trágico que possa acontecer e que convença um ser humano a mudar de ideia. Mesmo sabendo — e justamente por saber disso — continua a fazer como vem fazendo. O ser humano é um parasita educado.
Carlos de Campos

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