Tudo passa, a temperança prevalece
Sou o fracasso resplandecente,
Os dias indigestos de um vagabundo,
Desejos honestos, irrealizáveis,
Perturbações que desorientam,
Falido até na certeza.
Fugiria, covarde que sou,
Com diligência encontraria um buraco.
Sairia com a calça nas mãos,
Sem vergonha, nu me apresentaria.
Diante da vida, aceitaria.
Tudo é passageiro,
Permanece a temperança,
O lastro contagiante da vitória.
Extraordinários serão os seus dias —
Que tudo fez, e hoje está aqui.
Carlos de Campos

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