Diário de uma mente esquecida
Meus sonhos me distanciavam da realidade, me levavam a envolver-me com a magia e com uma guerra que eu tanto temia. Em sonho, eu me agarrava a um único plano para permanecer vivo. Tudo era sinistro, diferente do mundo que eu conhecia. Os passos que eu ousava dar eram passos angustiantes, cheios de incertezas. Tudo era muito instável, mas era preciso prosseguir.
Ondas gigantes se levantaram contra mim, fazendo-me correr ainda mais, sem direção. Correr, correr. Estou cansado, quero voltar à realidade, quero estar acordado e constatar que tudo não passou de um sonho. Um sonho baseado em fatos reais, em fatos ideais, em ideias que não nos fazem avançar e que nos fazem permanecer presos em lodos inconscientes. Diante de tudo isso, eu me desespero.
Estou me afogando, já não sei mais dizer o que é sonho ou realidade, o que parece acaba e continua. É uma guerra repleta de magia e ilusão. São heranças malditas cristalizadas em nossas vidas. É um tempo distante. Procuro entender, interagir com o meu dilema, com o meu pesadelo que mais se apresenta sendo a realidade — uma realidade promíscua que ando vivendo todos os dias.
Carlos de Campos
