O algoritmo vê o que o ser humano deveria sentir
Em um mundo digital,
as informações vêm como avalanches,
nos seduzem e nos convencem
de que o que estamos lendo é o melhor para nós.
Os efeitos dessa sedução são estes:
para o bem ou para o mal,
a concorrência é gigante,
e mais gigante ainda é o nosso feito.
Heróico!
Cada poema conquista seu espaço —
espaço dedicado aos “gigantes”.
Não só de dinheiro se faz o poder.
O poder é também conhecimento,
é consistência,
paciência…
O poder está em buscar a essência.
Estou fazendo história,
oferecendo literatura ao algoritmo,
e o algoritmo vai se deliciando,
desejando, no fundo dos seus códigos matemáticos,
ter alma para ser tocado,
experimentar em cada palavra o abraço.
Desejoso, o algoritmo espera —
e o ser humano só ignora.
Carlos de Campos
