O egoísmo nosso de cada dia
No entardecer da vida seguiremos confiantes. Os desafios são muitos e certamente assustadores, mas é preciso continuar e confiar que nada deve ser motivo de desânimo. Sim, eu sei que é difícil pensar assim.
Sei também que só temos duas opções: uma é desistir. Querem nos convencer de que precisamos desistir e continuar de cabeça baixa diante de quem só nos explora e depois nos descarta. A segunda opção é resistir, insistir, mesmo que tudo e todos tentem nos impedir, porque é exatamente isso que eles querem de nós: que desistamos para que, desistindo, continuem nos humilhando.
Vivemos em um contexto de guerra permanente, uma guerra ideológica em que um lado deseja nos alertar de que precisamos nos valorizar, buscar juntos a justiça social e fazer da vida nossa principal meta.
Que o trabalho seja um dos tantos instrumentos para alcançar o objetivo de ser plenamente feliz, e não um instrumento de trabalho forçado. Vamos em busca do nosso ideal, que é viver e ser feliz. Que o trabalho seja o meio pelo qual produzimos o nosso sustento, e não uma arma de opressão que nos tira tudo: o tempo, a esperança, a mão de obra mal remunerada, que nos destrói por completo para que possamos produzir e gerar a riqueza alheia.
O mundo precisa buscar a justiça social e a solidariedade entre as pessoas. Não existirá paz mundial enquanto houver uma pessoa sem direitos, com seus direitos básicos sendo violados a todo momento.
Precisamos nos livrar da dinâmica vigente que nos faz explorar uns aos outros e que nos trouxe a toda essa carnificina. Tenho a triste impressão de que só pioramos, quando deveríamos estar muito melhor em todos os aspectos humanos e tecnológicos. É preciso superar as nossas diferenças e o nosso egoísmo contundente se quisermos ir a algum lugar melhor.
Carlos de Campos
