Um marginal é só mais um marginal
Os delírios de grandeza
Ecoam em minha alma
Eclodem em mim
A minha essência marginalizada.
Essa é a minha verdade
É a verdade que compõe a minha história
Essa é a minha alma
A alma de um marginal.
Sou o que não nasci para ser
Sou o fruto da violência familiar
Sou o descaso das políticas públicas
Sou o que me instigaram a ser.
É ilusão, e está errado,
Atribuir à minha alma marginalizada
Como único culpado.
Todos nós somos responsáveis.
Estou sendo julgado por sua omissão
Por meus delírios de grandeza
Pela corporativização do sistema
Por meu endereço, minha cor e minha conta bancária.
Grande será o dia
Em que justo será o julgamento
Em que meus delitos, e só os meus delitos, serão julgados.
Até que isso aconteça, continuo sendo só mais um marginal.
Carlos de Campos

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