O lendário medo de ter tempo
Meu mundo muda e fica mudo
Dialogam…
Entre um e outro existe um espaço de tempo
Tempo…
O tempo dialoga com o meu mundo
Um mundo que fica mudo
O tempo requer espaço
Intervalo…
No intervalo de tempo existe o meu mundo
O mundo que fica mudo
Explosões sensoriais
Dentro do meu mundo que fica mudo.
Olha no meu mundo
Delícia…
Existencial…
Olhar antinatural.
Demasiadamente obsoleto
Olhar comportado, desconfiado
Confinado no ar
No meu corpo.
Instinto condenável
No ar congestionado
Corpo inteiro
Desejo escondido.
Meu mundo é um labirinto
Lá existe um labirinto escuro
Um mundo de labirintos escuros
O tempo é no labirinto.
Lá, o tempo fica mudo
Sem o tempo, tudo fica insosso
Labirinto…
No mundo distante e escuro…
Meu mundo é um mundo de desejos
Enrolado em papel cor-de-rosa
Dá nuances
Prefiro um labirinto cor-de-rosa.
Jovem cheio de energia
De nuance, prefiro a cor da pele
Mundo cheio de labirinto
Cai a bolsa e tudo tem um novo aspecto.
Me deixe ir
Soltar a pipa
Debaixo daquele aquário
Que laboriosamente foi esculpido.
Com o sangue cor-de-rosa
Meu mundo é um labirinto escuro
Fechado…
Escuro…
Ainda é o meu mundo mudo.
Meu mundo é um mundo mudo
Estrela no céu brilha no escuro
Mudo é como me sinto
Lá existe um medo existente.
O meu medo está no labirinto
No labirinto escuro
Isto é assustador
Um labirinto que causa tanta dor.
Medo…
Tempo do medo
Escuro do medo
Delícia…
Mundo do medo
Do tempo
Lá existe o tempo do medo
Medo do medo.
Existe o medo da existência
Para a sobrevivência
De soberba
Sua mania do tempo.
Existe o medo da existência
No mundo mudo
Quem sobrevive é porque tem medo
Medo de um mundo sem tempo.
Carlos de Campos
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