Sorte é florescer no jardim da própria morte

Sorte é florescer no jardim da própria morte

O sol
pôs-se diante dos meus olhos,
dos mesmos olhos que viram a saudade
sem saber das cores
de uma vida sem flores,
que floresceu na morte —
morte que desabrocha a nossa sorte,
sorte de não se ter o amanhã.
É importante o dia da morte,
que floresceu em um dia de sorte.

Em dia de sorte,
provamos da própria morte,
da sorte que gera a ilusão
de sermos eternos —
eternos até florescer a nossa própria sorte.
Caímos na própria teimosia:
eternos até o grande dia,
dias de paz,
de um silêncio sepulcral.

Flores que florescem a todo tempo,
flores da morte,
da sorte,
da insensibilidade com a vida —
vida temida.
A morte deu sorte:
sorte de florescer na própria morte.

Carlos de Campos
Foto por u6d6a u90ed em Pexels.com

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  1. Avatar de Incêndio em corpos e mentes cansados – Memória e poesia
    Incêndio em corpos e mentes cansados – Memória e poesia

    […] pessoas, discurso de ódio no coração. É violência em plena luz do dia, carros sendo queimados, morte… silêncio de um inocente.Por toda a cidade, só a desolação, desejo de sangue no ar, enxofre […]

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