Na imensa travessia, me perco de você

Na imensa travessia, me perco de você

No inevitável, você surge.
No silêncio, eu falo.
Não faz sentido: no êxtase, nós nos desencontramos.
Puro desequilíbrio.

Desisto no alto-mar da vida,
no mais profundo de minha alma,
no milagre que nunca veio.
Sou a mansão dos mortos-vivos.

Perdido em pensamentos,
me vejo suspenso,
sem destino,
eu — nessa inconformidade.

O vento toca o meu rosto.
Me entrego a essa paz,
uma paz tão retraída,
tímida de amor.

Imensidão de um vazio sem fim,
tormento de uma cabeça desintegrada.
Sem conexão, seguem a alma e o corpo:
fim de um ciclo virtuoso.

O mundo muda e tudo absorve.
O destino cria sentido,
pálido e palpável.
Urge uma longa transformação.

Carlos de Campos
Foto por 3D Render em Pexels.com

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Resposta

  1. Avatar de O amor consumido pela eternidade – Memória e poesia
    O amor consumido pela eternidade – Memória e poesia

    […] toque que me devolve, Volto para o campo de batalha: Da aniquilação total à proexistência, A verdade que acende o meu ser.Fixo o meu olhar no que transcende, No que me alveja em sentimentos, No que me faz vibrar em gemidos […]

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