Era uma vez a verdade
Vem a manhã sombria,
os verdes campos pisoteados.
Vem a força do ódio,
exilados em nossos medos.
Os dias se vão,
consumidos pela desesperança,
pela farsa que nos acorrenta
aos pés da nossa cama.
Levanta-se a escuridão,
um apocalipse sem revelação,
um estrago sem reparos,
um coração desprotegido.
O que podemos fazer?
Nada!
Além de assistirmos à nossa própria desgraça,
além de ruminarmos o que poderíamos ter feito.
Além da tortura,
do sangue que sangra sem nos matar,
porque morrer é nosso maior privilégio:
é vida desacreditada.
Vê-se chegar o grande momento.
De ilusão a ilusão,
de mente à mente,
a mentira tornou-se verdade.
Carlos de Campos

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