O teu olhar
O teu olhar me fascina
Desejo incompreendido,
Instinto primitivo,
Mergulho na alma.
O desejo desorientado,
Falange de vozes atordoadas,
Impróprio para os que confiam.
De ilusão a ilusão, vive-se uma ilusão.
Não existe medo em meu coração,
Nem a mais doce imaginação.
Na minha carcaça, não existe alma,
Só existe sombra e lamentação.
Ímpeto repleto de vontade,
Possuído por reles manifestações
Que vêm do mergulho que faço
Na fossa do meu ser.
Dominado por uma breve lucidez,
Tomo um susto!
Ao ver o mundo entregue às traças,
Uma sociedade falida.
O delirante modo de vida que me convida,
Estar afogado em meus problemas
Impede que eu veja o milagre do vislumbre das cores.
Dos tempos que se passaram, constato que nada mudou.
Carlos de Campos

