Nada impede que você deixe o amor falar, sair para respirar um ar fresco e sentir, em seu peito, o seu aconchego. Nada o impede de tentar.
Tentar superar os seus medos, medos que nem fazem parte de sua história, mantendo-se firme diante dos burburinhos da vida e podendo sentir, em seu peito, esse aconchego.
Quem nunca se decepcionou com alguém? Quantas foram as ilusões já sentidas? Passou deixando tudo como terra arrasada, e seguir acreditando se tornou insuportável.
São as dores de uma vida maltratada, vilipendiada em todos os seus direitos, inclusive no direito de amar. Amar e ser amado… que dificuldade.
Singulares são os afetos que afetam a todos nós. Singulares são as dores que movem os corações. Singulares somos nós, com os nossos universos em rota de colisão.
Tudo o que vive e respira alguma vez já amou, diluímos quem éramos para o outro para o amor acontecer. No final, só restaram duas almas vagando vazias.
Este poema-reflexão mergulha fundo na sensação universal do vazio existencial, explorando o peso do sofrimento e a busca constante por sentido em um mundo marcado pela dor e pela injustiça. Com linguagem acessível e forte impacto emocional, a obra convida o leitor a uma viagem filosófica sobre a origem da consciência e o conflito entre esperança e desespero. Uma leitura essencial para quem busca compreender melhor o próprio lugar no mundo e os dilemas que moldam a experiência humana contemporânea.
Há um clima pesado na atmosfera do mundo. Ganhar e perder a vida se resume a isto.
No princípio da vida, existia um lugar onde encontrávamos conforto e segurança. Neste lugar, só eu e minha esperança coexistíamos. Mas, mesmo nesse lugar belo e confortável, eu me perguntava: Onde estou? Para onde vou?
Dia após dia, na medida em que ia se formando a minha consciência, os meus questionamentos só aumentavam e iam se tornando cada vez mais intensos. E, com eles, os medos e as angústias me dominavam. O desejo de querer saber era terrível.
Em dias “normais”, o desejo era mais intenso, essa minha “loucura” de querer saber qual era o sentido da minha vida. Era intrigante constatar que, desde a minha concepção até o meu nascimento, tudo o que experimentei e experimentava era só dor e sofrimento, com pequenos momentos de alívio que chamamos de felicidade.
Em um dia mais tranquilo, eu vi o ódio, a fome, o genocídio, a injustiça — só para citar alguns — arrasarem livremente o mundo, e ninguém fazia nada para conter. Onde estava a lógica nisso tudo? Nascer, crescer, só para sofrer e ver os outros sofrerem? Quem preferiu a dor em vez do amor? A fome em vez do prazer?
Eu sou só mais um, em meio a outras bilhões de pessoas que carregam em seu peito essa brasa flamejante, que, com persistência, nos queima a todo instante. Essa profunda marca nos interroga a todo momento sobre o que estamos fazendo aqui.
Aconteça o que acontecer hoje de bom ao longo de seu dia, o que estamos fazendo aqui continuará ecoando dentro de você, e nada poderemos fazer sobre isso. E tudo isso, querendo ou não, influencia o nosso comportamento e decisões diariamente. O vazio existencial é assustador.