O medo vem e toma posse dos nossos corações. Vem na escuridão da madrugada, no descanso de nossa alma. Vem e se aloja em nossa história.
Neste momento, somos levados por essa influência. Por esse destino sombrio somos conduzidos. Sem nenhuma chance, nem resistimos, estamos à mercê desse inimigo invisível.
Infiltrado em nossa mente, está sob seu domínio a nossa vontade, a nossa profunda decisão. Não temos mais acesso.
Esse é um vírus maldito, o vírus do medo, que nos leva às conclusões erradas, deixando-nos com essa marca.
O medo nos fala ao coração, fala com um certo rancor, fala em morte... em desespero...
Ninguém sairá vitorioso dessa batalha. Mercenários da ilusão, De um mundo em contínua submissão, Onde tudo se tornou um fracasso.
Iluminados de autoritarismo Se somam aos ridicularizados. Ninguém estará fora ou dentro Dessa intervenção.
Isolados e com medo, é como estamos: Distantes e próximos de nada, Do amor que eu perdi E, perdendo, me machuquei.
É por dores assim que me movimento. Decepções são como baldes de água fria. Nem todos têm a mesma cabeça para lidar com a situação. Sofrimento: alimento para a alma dos decepcionados.
Distante é como estou. Cada um segue o seu destino, Distinto e, ao mesmo tempo, próximo No sofrimento que nos une como irmãos.
Diante do absurdo, O susto. Meus dias passam atropelando tudo. Eu sinto muito!
Quem é o maior egocêntrico? O que o mundo deve esperar do homem? Do amor que nunca vem? Da ilusão que é a nossa realidade?
Solidão: castigo dos corações apaixonados, Dos amores que nunca foram realizados, Da distância que nunca foi tão próxima, Alma que não soube amar na oportunidade que teve.
Do céu buscam o socorro. Na Terra produzem destruição em massa, Tudo em nome da nobre arte de amar, Das virtudes que são violentadas.
No mundo em que o caos é o imperador, Os soldados são os desesperançados, Forçados ao front de batalha, Sucumbem em êxtase de esperança.
Faz-se ver ao longe, Caminhando entre corpos e escombros, A esperança! Recolhendo os corpos despedaçados.
Limpando as feridas dos sobreviventes, Alimentando a alma dos esfomeados. Quem és tu, bela donzela? Como ousas salvar os meus condenados?
Imersa em solidariedade, Aquela honrada jovem continua o seu trabalho, Doando-se em amor, tempo, esperança e cuidado. Ao longe, ainda se pode ouvir o imperador vociferando.
Palavrões, insultos e ordens de guerra são direcionados, Tudo em uma tentativa em vão de dissuadi-la de sua missão. Nesse momento, nada e ninguém é capaz de movê-la de seus propósitos, Na firmeza de seus passos descalços.
Caminhante nessa vida, Alimenta almas e corpos com o dom sagrado, Com os dois únicos dons capazes de salvar esta humanidade. Cantemos ao amor! Cantemos à solidariedade!