Sou o príncipe da escuridão
Imperdoável é cada ato.
É um ato que instiga memórias,
é um ato perfeitamente incompreensível,
é um ato que desequilibra o dia.
Sou um átomo de miséria,
de irrelevância quântica.
Sou um nada;
nos dias frios, sou a tristeza.
O grito reprimido,
as mãos atadas,
o ideal desprezado,
nada além de ser só mais um.
Enquanto existir o amanhã,
a alegria em mim se apagará;
o desejo estará escondido,
e o medo triunfará.
Os demônios entram em minha vida,
percorrem a minha mente com sua orgia:
depravação da hiper-hipocrisia.
Do ventre nasce um bezerro de ouro.
Os dias passam sem passar,
os meses estagnaram
na odiosa sensação de perfeição.
Sou só mais um perfeito imperfeito.
Carlos de Campos

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