No estandarte do amor estão escritas as seguintes palavras: não existe glória na covardia, no desumano ato de amedrontar.
É nesse momento em que a vida separa os homens dignos dos ratos covardes.
E essa é, finalmente, a maior glória que alguém pode receber: não ser incluído no rol dos ratos, dos imundos que habitam o submundo.
Célebre por ser considerado digno de carregar este estandarte, digno por dedicar sua vida à transparência, digno de caminhar sob o amparo da ética.
Estandarte dos que lutam por dignidade, pela sua e pela dos outros, dos que podem dormir com a consciência fria. Dignos são todos que assim buscam viver.
Cante, em uníssono coro, o cântico dos mártires, dos que derramam todo o seu sangue para ser íntegro a todo momento.
Em nada posso confiar. Tudo me parece raso demais. Estúpido! Na profanação desses versos me esqueço.
O que precisamos entender desta vida? O que é profanar os versos inversos? Quando chega o ponto em que precisamos rasgar a alma e liberar a nossa dignidade?
O que devo esperar de uma alma libertada? Alma que vagueia sem sentido, desligada de todas as emoções, vagueia assombrada.
É primavera, as borboletas renascem. Conflitos sangram no calor das emoções. O silêncio reivindica. Tudo se destrói.
Tudo persiste como um incômodo, um inverno em plena primavera. É a condição de uma alma presa ao corpo humano, humano que profana versos o dia inteiro.