Um indigente da escrita
Reintegrado ao mundo,
um mundo de sonhos,
de ilusão permanente.
O que sou é insignificante
quando vejo o que eu poderia ser
descalço.
O que sou sem os meus sapatos?
Sem a profundidade de sua beleza?
Quem sou eu?
Sou um que compartilha
ideais de uma multidão,
um décimo do que nunca serei.
Um indigente de um mundo sombrio,
um idealizador enclausurado,
uma vítima sem causa.
Carlos de Campos

